O sistema elétrico do carro é parecido com o neurológico das pessoas, mas sabe como funciona? Descubra todas as suas características com a Arlindo Soares de Pinho!
A eletrónica nos automóveis de hoje está a tornar-se cada vez mais importante. Se falamos de carros elétricos, é essencial, mas hoje vamos concentrar-nos nos veículos convencionais (com motores a gasolina, diesel e híbridos) que, atualmente, são os conduzidos pela maioria dos portugueses. O que você sabe sobre o sistema elétrico do seu carro?
Agite a memória e pense nos carros que os seus pais conduziam ou naquele com o qual tirou a carta há alguns anos. Em relação aos veículos atuais, as grandes diferenças estão centrados na parte eletrónica. O seu destaque está a aumentar e continuará a crescer, uma vez que muitos dos elementos que compõem o interior de um carro dependem do sistema eletrónico.
Este sistema é responsável por gerir todas as funções elétricas de um carro. O seu centro nervoso é o que conhecemos como UCE (ou ECU, a sigla em inglês de Engine Control UNit), a Unidade de Controle do Motor ou Centralina. Para que nos entendamos, este é o verdadeiro cérebro do seu carro.
A principal missão da centralina é receber todas as informações dos diferentes sensores que povoam o carro (motor, turbo, servomotor, pedais, temperatura dos fluidos…): são eles que transmitem o bom (ou mau) funcionamento dos diferentes componentes do veículo.
Os atuadores, por sua vez, dependem desses sensores, que são conectados ou desconectados por estes para determinar o tipo de funcionamento a ser aplicado às diferentes partes que necessitam de corrente elétrica.
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Subsistemas do sistema elétrico
Dentro do sistema elétrico genérico, encontramos subsistemas específicos que controlam certas funções do seu carro. Do motor à iluminação, passando por alguns elementos de conforto e segurança.
Sistema de geração e armazenamento
É normalmente composto por quatro componentes: o gerador, o regulador de tensão (que pode ser um elemento independente ou incluído no gerador), a bateria do acumulador e o interruptor de excitação do gerador. Graças a este sistema, é garantido que, assim que o motor for ligado, o gerador terá a corrente de excitação e rapidamente começará a gerar eletricidade para restaurar o estado de carga total do acumulador e alimentar os restante elementos consumidores de energia.
Sistema de ignição
É o sistema capaz de acionar a mistura de combustível e ar dentro do cilindro dos motores a gasolina ou GLP, também conhecidos como motores de ignição comandada. Nos motores a diesel, a própria natureza da formação da mistura causa sua autoignição.
Sistema de arranque
O circuito elétrico de arranque é responsável por dar as primeiras voltas para o arranque do motor de combustão. Consiste em bateria, interruptor de arranque, comutador e motor.
Sistema de injeção de gasolina
É o substituto do carburador, devido aos atuais regulamento antipoluição nos motores a gasolina. Nos carros com motor diesel sempre existiu. Em ambos, é responsável pelo envio do combustível para a câmara de combustão, pré-câmara ou cilindro, conforme o caso.
Sistema de iluminação
O uso de circuitos eletrónicos de controlo no sistema de iluminação automotivo é cada vez mais comum, tanto externo (faróis, piscas) quanto interno (luzes de leitura).
Instrumentos de controlo
É responsável por gerir a iluminação de certos instrumentos e luzes do painel. Apesar da sua grande variedade, costumam ser divididos em quatro grupos: para controlar o desempenho técnico do carro, para os índices circulação, sinais de alarme e sinais de alerta. Todos esses circuitos são alimentados por fusíveis para evitar o superaquecimento dos cabos em caso de possíveis curtos-circuitos.
Falhas no sistema elétrico do carro
Uma vez conhecidos os subsistemas elétricos, é altura de falarmos das avarias que esse sistema pode gerar. Como são vastos e dependem muito do tipo de automóvel que conduz, vamos resumi-los em dois grandes grupos, embora lembremos que no caso de haver alguma anomalia que o seu veículo sofra, é melhor ir a uma oficina.
Esses sistemas avançados deixam pouco espaço para o “faz-tudo” não especializado que além disso, não tem as tecnologias de deteção de falhas elétricas disponíveis nas oficinas.
Se o problema estiver na ECU, é provável que não consiga arrancar o carro, já que a própria unidade de controle evitará que o carro arranque para evitar uma avaria grave. A substituição deste componente do veículo não é barata: mais de 600 euros em média.
Caso os sensores falhem, notaremos falhas no funcionamento do motor, que podem parar de funcionar ou apresentar problemas no arranque (se o sensor de rotação do motor falhar, por exemplo). Substituindo o sensor, tudo fica resolvido.
Em suma, o sistema elétrico é o grande garante do desempenho e do consumo do nosso motor e aquele que controla o conforto e a segurança dos seus equipamentos. Mas é preciso estar muito atento aos seus sinais, pois pode haver avarias que, embora não sejam muito graves, nos farão levar o carro à oficina e ficar alguns dias sem ele.